Dra Maria Claudia Machado

Saúde Bucal

CÁRIE, HALITOSE E HIGIENE BUCAL

CÁRIE

A cárie é a doença bucal de maior incidência na população, sendo considerada um grande problema de saúde pública, pois afeta quase 100% das pessoas.

Para evitar essa doença, é importante que se entenda o seu mecanismo de ação, que ocorre quando há numa junção de quatro fatores: dente, dieta rica em açúcares, bactérias cariogênicas e o tempo que estes açúcares e bactérias permanecem em contato com o dente.

Com o conhecimento desse fatores, evitar a cárie torna-se uma tarefa mais simples, pois basta o controle deles para o índice de cárie ser reduzido drasticamente.

Quando ingerimos um alimento, os dentes ficam sujeitos à adesão de bactérias, e estas após ingerirem os açúcares  alimentares impregnados nos dentes, eliminam substancias ácidas, aumentando a acidez local (este conjunto de bactérias e restos alimentares são denominados de placa bacteriana). O aumento da acidez faz com que o cálcio do dente seja removido, enfraquecendo a estrutura dentária, ou seja, o dente perde cálcio devido à acidez causada pelas bactérias que se alimentam dos açúcares  depositados sobre os dentes.

A frequente ação desse circulo vicioso causa o colapso da estrutura dentária até a sua cavitação (lesão de cárie), que é um processo contínuo, progredindo até a perda do dente.

Diante de tudo isso, como devemos evitar a cárie?

Controlando os quatro fatores da melhor forma possível , eliminar 100% das bactérias cariogênicas (Streptococcus mutans) é bastante complicado, pois esses microorganismos habitam a cavidade oral da grande maioria das pessoas, fazendo parte da flora bucal. Existem pesquisas em andamento sobre vacina anticárie, porém não se sabe quando esse recurso estará acessível. 

Em relação ao fator dente, seu fortalecimento com o uso de flúor em pastas de dentes, aplicações tópicas realizados pelo dentista e a sua presença na água de abastecimento vem reduzindo muito o índice de cárie da população há alguns anos.

A ação do flúor se dá devido à alteração na estrutura dos cristais que formam o dente, já que o cálcio dentário é um componente mais frágil à acidez é substituído por íons flúor, formando uma estrutura chamada fluorapatita, menos solúvel aos ácidos, conferindo ao dente maior resistência às cáries. Porém esta maior resistência não significa 100% de proteção contra as cáries, pois este composto de fluorapatita tem seu limite de resistência.

Portanto cabe ao paciente controlar a presença dos alimentos sobre os dentes, principalmente doces e alimentos pastosos ou pegajosos. A diminuição desse período de contato dente/alimento significa não dar tempo para bactérias cariogênicas se alimentarem, reproduzirem e aumentarem a acidez local. Isto só pode ser conseguido com a escovação dental após TODAS as refeições.

HALITOSE

Outro problema que causa constrangimento a muitas pessoas é o mau hálito, que pode ter várias causas divididas da seguinte forma: causas fisiológicas, referentes ao funcionamento normal do organismo, como ocorre quando se acorda, pois durante o sono ocorre leve hipoglicemia, redução de fluxo salivar e aumento da flora bacteriana anaeróbica, que após desjejum e a higiene oral matinal deve desaparecer. As causas patológicas podem ser locais, que representam 90% dos casos de halitose, como feridas, cáries, doenças periodontal , língua saburrosa, etc, e por fim as patológicas sistêmicas, como diabetes, prisão de vente, problemas no trato respiratório, etc, que implicam na investigação da causa da halitose para que seja  realizado seu tratamento específico.

No entanto, dentre as causas locais,  96% ou mais dos casos de halitose se deve à presença de saburra lingual.A saburra é um material viscoso e esbranquiçado ou amarelado, que adere ao dorso da língua e equivale à uma placa bacteriana lingual (composto de restos de alimentares e bactérias), e a sua simples remoção durante a higiene bucal com a escova ou raspadores linguais, resolve facilmente o problema.

HIGIENE BUCAL

Escovação Dental: Posicione a escova num ângulo de 45° em relação dos dentes (as cerdas da escova devem ficar inclinadas, na direção da gengiva) e faça movimentos oscilatórios (vibração) a cada 2 dentes.
Os movimentos devem atingir  as faces externas e internas dos dentes, e em seguida, movimentos de vaivém na área de mastigação, e por fim complementando com a escovação da língua.
A quantidade de pasta deve ser semelhante à uma ervilha, e quanto ao tipo de escova, o que importa  é que ela deve ser sempre com cerdas macias.

Fio dental: Use aproximadamente 40 cm de fio dental.
Enrole em um dedo de cada mão, podendo ser o dedo médio, deixando um espaço de fio entre as mãos para que se possa circundar o dente.
Em um movimento de vaivém coloque o fio suavemente entre os dentes (este movimento facilita a introdução do fio nos espaços entre os dentes).
Curve o fio dental formando um “C” ao redor de cada um dos dentes e deslize suavemente para cima e para baixo.
Use uma nova parte do fio a cada espaço a ser higienizado.

Fontes:  – Revista APCD, V.54, n.2, p.151, 2004.
– JBC, V.6, n.34, p.312-6, 2002
– Revista APCD, V.53, n.1, p.8-20 e 57, 1999
– Revista APCD, V.53, n.2, p.157, 1999
– Imagens tiradas do site da Oral B 

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